quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Graça exibe prova contra Negrão na CPI

(Manchete da TRIBUNA DA IMPRENSA de 14 de novembro de 1967)

Na presença dos generais Gérson de Pina, Anchieta da Paz, Pedro Padoni e Camilo de Castro, que assistiam ao seu depoimento, o general Jaime Graça, ex-inspetor geral de Polícia, exibiu ontem, na CPI da Corrupção Policial, o bilhete que lhe enviou o governador Negrão de Lima, pedindo facilidades, ao tempo em que se encontrava na Polícia, para a concessão de um passaporte ao sr. Fausto Fonseca, que pretendia viajar para os Estados Unidos em companhia do ex-presidente Juscelino Kubitscheck.

O militar exibiu o bilhete, que chegou a ser contestado pelo sr. Negrão de Lima, lamentando ter que fazê-lo, mas explicando que só agia daquela maneira ante a ameaça do presidente da CPI, deputado Rossini Lopes, de processá-lo criminalmente se não comprovasse a sua existência.

Brasil leva à ONU projeto de paz no Oriente

O Brasil deverá apresentar, na próxima sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas (a realizar-se provavelmente hoje ou amanhã), com o co-patrocínio da Argentina, um projeto de resolução relativo à situação no Oriente Médio, segundo informações divulgadas pelo Itamaraty, visa primordialmente a três objetivos: 1 - Criação de condições capazes de propiciar o estabelecimento de uma paz justa e duradoura no Oriente Médio; 2 - Coexistência pacífica baseada na boa vizinhança; 3 - Recurso aos métodos de solução pacífica das controvérsias.

O projeto, cujo texto incorpora os princípios fundamentais do projeto latino-americano apresentado à V Sessão Especial de Emergência da Assembléia Geral da ONU, iniciada em junho último, parece ser o resultado das conversações mantidas em Nova York pelo chanceler Magalhães Pinto. Na ocasião, o ministro do Exterior brasileiro manteve diversos contatos, isoladamente, com cada uma das partes em conflito, obtendo por parte dos mesmos quase que um total consentimento.

IBC perde também mercado interno

O deputado Helio Damasceno (Arena) afirmou na Assembléia Legislativa, ontem, que a má política cafeeira do Brasil vem acarretando uma perda substancial no mercado interno e, em conseqüência disso, estão acumuladas, em armazens particulares, mais de 40 milhões de sacas de café, fora outras tantas, armazenadas nos amarzens do IBC.

Referindo-se ao aumento que o Sunabão autorizou, devido à retirada do subsídio de 34 mil cruzeiros velhos por saca, o sr. Helio Damasceno disse que, dentro de pouco tempo, o produto chegará a 3 mil cruzeiros velhos por quuilo, o que significa que uma xícara de café vai ser vendida por trezentos cruzeiros. Declarou ainda que é muito fácil compreender que, com o preço médio de 15 cruzeiros novos por saca, o café armazenado em firmas particulares acarreta aos cofres do Tesouro uma despesa enorme de armazenamento.

Fonte: Tribuna da Imprensa Online

http://www.tribuna.inf.br/coluna.asp?coluna=chagas

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