segunda-feira, 3 de novembro de 2008

General não nega nem confirma demissão de diretor

3 de novembro de 1968



"Não desminto nem confirmo". foram as palavras do secretário de Segurança, general Luís França de Oliveira, em resposta a uma pergunta sobre a demissão do diretor do Departamento de Trânsito, comandante Celso Franco. Acrescentou o secretário que além disso nada mais pode dizer, pois não possui poderes para antecipar o desenrolar dos acontecimentos.

Ao que consta, o diretor de Trânsito, comandante Celso Franco, seria demitido em conseqüência da solução de um inquérito instaurado naquele Departamento para apurar determinadas irregularidades. Tal solução já se encontra em mãos do governador, sr. Negrão de Lima, e, segundo fontes, faria referência à qualquer anormalidade relacionada a concorrências para compra de tintas.

Nada foi oficialmente, confirmado pelo secretário de Segurança, embora que não desmentido. Sobre o inquérito, o general Luís França ironizando interrogou: Que inquérito? Tal interrogação levantou a hispótese de que outro inquérito esteja sendo desenvolvido no Departamento de Trânsito, entretanto sem que saiba quais os seus fundamentos e objetivos.

MDB: GB promete defender inviolabilidade

As bancadas estadual e federal do Movimento Democrático Brasileiro estiveram reunidas ontem à noite, na Assembléia Legislativa da Guanabara com os membros da Comissão Executiva da região partidária, aprovando, na ocasião, uma nota oficial, reafirmando sua posição na luta "em defesa da inviolabilidade dos mantos parlamentares".

O líder do grupo renovador da Assembléia Legislativa carioca, defendendo a tese de seus colegas e a sua própria, não colocou obstáculos à aprovação da nota oficial, defendendo, entretanto, a redação de um documento mais conciso, "capaz de refletir, de maneira direta e inconfundível, o protesto que a opinião pública brasileira, naturalmente, esperava dos reprsentantes oposicionistas", em relação à problemática brasileira".

Brunini denuncia que outras cassações virão

BRASÍLIA (Sucursal) - Conclamando a Câmara dos Deputados a colocar-se contra toda as investidas contra a inviolabidade do mandato popular, o sr. Raul Brunini, oposicionista carioca, sustentou ontem que ela deve firmar-se, pois "se deixar rolar a primeira cabeça, centenas de outras rolarão.

Se impedir, nada acontecerá a este poder". Referiu-se aos processos em curso contra os deputados Márcio Moreira Alves, Hermano Alves e Helio Navarro, observando que já se anuncia que outros processos estão em andamento, "à espera que a Câmara deixe decapitar a primeira cabeça", e até mesmo o sr. Clóvis Stenzel estaria ameaçado por pregar à necessidade de novo Ato Institucional".

Declarou ainda o sr. Raul Brunini que "esta tribuna é a tribuna própria à expansão de todas as idéias, pois foi para isto que outorgou o povo o mandato popular a todos nós". "A inviabilidade permite que vossa exa. suba à tribuna e peça um novo Ato. O nosso dever aqui é combater a idéia de vossa excelência.

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