NOVA YORK (FP e TRIBUNA) - Pela primeira vez em mais de 100 anos o presidente dos Estados Unidos poderá ser escolhido pela Câmara dos Deputados, porque nenhum dos candidatos - Hubert Humphrey, Richard Nixon e George Wallace - se dispõe a obter a maioria dos votos no Colégio Eleitoral. Durante toda a história política norte-americana, somente em 1800 e 1824 os presidentes foram escolhidos pela eleição indireta.
Esta era a posição, até às 5 horas da madrugada de hoje, para a renovação do Congresso, dos 247 representantes democratas cujos mandatos expiram, 171 já haviam sido eleitos e os republicanos haviam conseguido eleger 122. O desfecho da eleição nos Estados Unidos deixou atônitos os "experts" políticos norte-americanos, uma vez que prognosticaram há uma semana uma vitória arrasadora de Richard Nixon.
Jango contará queda em livro
PORTO ALEGRE (Sucursal) - Notícias procedentes de Montevidéu dão conta de que o ex-presidente João Goulart vai prestar depoimento ao professor Darci Ribeiro, ex-chefe da Casa Civil de seu governo, mas não assinará o "Livro Branco da Deposição", no qual estará em exame o tempo em que chefiou o Executivo brasileiro, até sua queda frente às forças revolucionárias de março de 64.
Para a elaboração do livro, o sr. João Goulart fez apenas uma exigência: que não contivesse qualquer ataque pessoal, embora se proponha a rebater acusações que lhe foram impostas, usando os argumentos e elementos que possui, bem como as contestações que possam surgir após o lançamento da obra.
A informação sobre o lançamento do "Livro Branco da Deposição", cujos trabalhos editoriais estarão a cargo do sr. Darci Ribeiro, foi prestada pelo sr. José Vecchio, que retornou do Uruguai, onde manteve encontro com o ex-presidente João Goulart, afirmando ainda que o ex-senador Amauri Silva - ex-ministro do Trabalho - está de malas prontas para retornar ao Brasil. Permanecerá em Montevidéu, do grupo de assessores mais ligados ao ex-presidente, apenas o ex-prefeito de Brasília, sr. Ivo de Magalhães.
CS vê aproximação Brasil-Inglaterra
BRASÍLIA (Sucursal) - Durante o banquete realizado no Palácio dos Arcos, às 22 horas, em homenagem à Rainha Elizabeth II, o presidente Costa e Silva pronunciou discurso de saudação, dizendo que a "nossa história diplomática abre hoje uma página de honra para inscrever a presença de Vossa Majestade como ponto culminante de um longo processo de aproximação entre a Grã-Bretanha e o Brasil".
Por sua vez, a Rainha Elizabeth, agradecendo, disse que "é motivo de maior felicidade para meu esposo e para mim estarmos aqui como hóspedes nesta esplêndida e excepcional Brasília, cidade visionária na sua concepção, pura em suas linhas, e uma inspiração para a Nação".
O presidente disse que "para a reativação dos traços de vontade cordial entre a Grã-Bretanha e o Brasil, encontra Vossa Majestade terreno fértil, preparado pelo processo histórico de nossa formação como Estado autônomo, para cuja independência contribuíram de certa forma a perícia profissional de Lord Cochrane e a habilidade política de Cunning, que apressou o reconhecimento de nossa condição de país soberano. Durante algumas décadas foi o Brasil, em toda a América Latina, o maior beneficiário de Investimentos britânicos, ultrapassado pela Argentina somente no último decênio do Século XX".
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