sábado, 20 de setembro de 2008

Passarinho acha radicalismo normal

20 de setembro de 1968


SÃO PAULO (Sucursal) - Procedentes de Brasília, desembarcou na manhã de hoje no Aeroporto Congonhas o ministro Jarbas Passarinho, que foi recebido pelo general Moacir Gaya, Delegado Regional do Trabalho, pelo deputado Herbert Levy e pelo sr. Ivan Gualbert, além de altas autoridades estaduais e municipais.

Do aeroporto, o ministro Jarbas Passarinho seguiu para a Secretaria de Agricultura, onde era aguardado para um debate com o Alto Conselho Agrícula, comparecendo às 17 horas à Federação do Comércio de São Paulo para proferir palestra dentro do ciclo "Desafios da Conjuntura Nacional", que vem sendo promovido por aquela entidade.

Indagado sobre a denúncia que, juntamente com o governador Abreu Sodré, teria feito sobre o radicalismo existente, quer da direita quer da esquerda, que viria redundar num golpe contra o regime vigente, o titular da Pasta do Trabalho afirmou que "é preciso não ficar fazendo disso uma indústria de temas. Esse radicalismo - acentuou - é um fenômeno até certo ponto natural na vida de todas as nações que não têm estabilidade política como econseqüência de não terem estabilidade econômica.

Bomba paralisa o espetáculo no João Caetano

Uma bomba de fabricação militar foi encontrada ontem, às 20h20m no Teatro João Caetano, quando ali era exibida a peça "Primeira Semana Paulista de Opinião, de Augusto Boal, Lauro César Muniz, Bráulio Cardoso e Gianfrancesco Guarnieri, espetáculo vetado pela censura e que vem sendo apresentado por força de um mandado de segurança.

A bomba, que não chegou a explodir, foi notada por um espectador que sentiu um estranho objeto chocar-se com seus pés, sendo constatado que se tratava de uma granada. Em meio ao pânico gerado entre o público, a peça foi interrompida e a bomba retirada pelo sonoplasta Rubens Barcelar da Silva, que a transportou até os fundos do teatro.

Homenagem a Mascarenhas

Durante a sessão de ontem, na Assembléia Legislativa da Guanabara, vários deputados exaltaram a memória do marechal Mascarenhas de Morais, ex-comandante da FEB, salientando a maioria que sua morte podia ser reverenciada por todos como o desaparecimento de um dos mais ilustres brasileiros de todos os tempos.

O deputado Gama Lima (Arena) sugeriu ao Ministério do Exército, general Lira Tavares, a concessão de um prêmio anual ao aluno da Escola Militar das Agulhas Negras que realizar o melhor trabalho sobre as Forças Armadas na Integração Nacional, dando-lhe a denominação de "Prêmio Marechal Mascarenhas de Morais".

Incêndio destrói fábrica Marilu

Violento incêndio destruiu ontem à tarde o prédio de quatro andares onde funcionava a Fábrica de Biscoitos Marilu, a Avenida Rio de Janeiro, 407, zona portuária, nas proximidade de Manguinhos, dando prejuízos de milhões de cruzeiros. Os bombeiros que ali compareceram em vinte carros, somente puderam combater o fogo num período de vinte minutos, porque faltou água. Sem condições de deter as chamas, estas se alastraram e em pouco tempo tomaram conta de todo o prédio arrazando-o.

Vasco de volta reclama do azar

Vasco retornou ontem de Porto Alegre reclamando amargamente da sua falta de sorte na partida contra o Internacional. Se não fosse assim, pelo menos o empate premiaria os esforços dos jogadores cruzmaltinos. Todos foram unânimes em dizer que o jogo era disputado palmo a palmo e às vezes o Vasco tinha até supremacia no gramado, no entanto, nos contra ataques dos colorados, o Vasco acabou levando os gols.

A delegação retornou às 19 horas e Nei e Alcir são as duas baixas do elenco. Pedro Paulo foi mais além e disse mesmo que "nem daqui a 20 anos Claudiomiro fará outro gol igual".

O goleiro vascaíno referia-se ao primeiro gol do Internacional, quando o atacante gaúcho chutou sem ângulo e marcou. Na opinião do goleiro o grande ausente do time foi Bianchini, que com sua grande experiência poderia ter ludibriado a defensiva dos locais.

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