6 de setembro de 1968
O governo determinou a seus órgãos de segurança severa investigação na Sociedade Tradição, Família e Propriedade, considerando que seus sectários iludiram a boa-fé da primeira dama do País, colhendo sua assinatura em um manifesto contra sacerdotes brasileiros, fato que causou dificuldades na elaboração do cerimonial da visita do presidente Eduardo Frei ao Brasil, em face das acusações assacadas contra o chefe do governo chileno, através de documentos anteriormente divulgados pela organização.
Enquanto as primeiras investigações indicavam que os sectários da TFP são recrutados e treinados nos moldes da Alemanha nazista, o presidente Frei encerrava sua visita a Brasília para viajar ao Rio, onde estará hoje.
Vinte mil homens desfilarão amanhã
Comemorando o 146º aniversário da independência do Brasil, as Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) desfilarão, amanhã, pelas principais ruas da Guanabara , tal como ocorre todos os anos. Desta vez estará presente ao desfile, como convidado de honra, o presidente Eduardo Frei, do Chile, além de outras autoridades civis e militares estrangeiras.
Segundo nota distribuída pelo Ministério do Exército, as tropas a pé serão formadas de colunas por nove; as motorizadas, colunas por três e as tropas a cavalo, em coluna de grupos em batalha. Cerca de vinte mil homens participarão da passeata, enquanto aviões da FAB farão evoluções nos céus. Costa e Silva chega hoje para o desfile.
General acusa juiz
BRASÍLIA (Sucursal) - O juiz federal que expediu o mandado de prisão contra os cinco estudantes que cursam a Universidade Nacional de Brasília foi responsabilizado, ontem, perante a CPI da Câmara dos Deputados que apura atos de violência contra os estudantes, como responsável pelo massacre ali ocorrido quinta-feira última.
Quem o responsabilizou foi o general Dionísio do Nascimento, chefe de Operaçõs do Departamento Federal de Polícia em Brasília, que ao prestar depoimento perante à CPI, confessoou ter sido praticamente apanhado de surpresa ao verificar que os acontecimentos haviam ido muito mais longe do que esperava.
O general, que durante o seu depoimento, ao responder a uma pergunta do deputado Pedro Nobre, reconheceu haver falta de diálogo entre as classes Armadas e o povo, revelou que na execução da invasão da Universidade foi auxiliado pelo coronel Expedito, da 11ª Região Militar e pelo coronel Juradyr Palma Cabral, secretário de Segurança de Brasília.
GB terá polícia social
O governador Negrão de Lima aprovou ontem a idéia do secretário de Segurança, general Luís França, de criação de uma Polícia Social na Guanarabara, com moças de nível cultural elevado, para encaminhar turistas, policiar congressos e dar assistência social à população do Rio.
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