sexta-feira, 27 de junho de 2008

Marcha pacífica reúne mais de 100 mil na GB

Ao final de seis horas e meia de manifestações, das quais participaram mais de cem mil pessoas, os estudantes, professores, intelectuais, artistas, religiosos e populares decidiram voltar às ruas na próxima semana se o governo federal não libertar os colegas presos, reabrir o Restaurante do Calabouço, liberar verbas para as Universidades e levantar a censura sobre as artes.

A manifestação pacífica começou com uma concentração na Cinelândia, que se prolongou até as duas da tarde, quando a marcha saiu em direção à Igreja da Candelária. De lá, após um segundo comício, voltou para o Palácio Tiradentes, contornando pela rua Uruguaiana. De todos os edifícios por onde passaram os manifestantes caía uma chuva de papel picado, enquanto populares acenavam e batiam palmas das janelas.

Costa e Silva acompanha passeata dos estudantes

Ao encaminhar ao presidente da República as informações que recebia durante o desenrolar da manifestação estudantil de ontem, o ministro Gama e Silva, da Justiça, transmitia para Brasília sua opinião pessoal - que é também a do governo federal - sobre o comportamento dos manifestantes pelas ruas da cidade. Salientava o que houve em princípio, e que não ocorreram depredações, embora se abusasse do pichamento de prédios e ônibus, com o que se caracterizava o desrespeito pela propriedade particular. Lamentava, o titular da Pasta da Justiça que se tivesse permitido a queima de uma bandeira dos Estados Unidos assim como a exibição de faixa com dizeres ofensivos ao governo, inclusive nas mãos de freiras e padres.

Protesto contra a fome, guerra e terror já é universal

Cerca de 90 mil funcionários públicos iniciaram ontem greve de três dias, não obstante as medidas, extraordinárias de segurança, que entraram em vigência há duas semanas, precisamente para evitar a paralisação das repartições públicas. Também estão paralisados os cursos primários, secundários e superiores dada a decisão dos professores de não exercerem o magistério em protesto pelos baixos salários e pelas reduzidas verbas destinadas ao ensino. A agitação sindical, que teve uma trégua, ressurgiu subitamente poucas horas depois que o governo anunciou o congelamento dos vencimentos do funcionalismo durante o ano de 1969.

Brasil chega à África

LISBOA (Especial para a TRIBUNA) - Brasileiros e portugueses seguem irmanados para Lourenço Marques, em Moçambique, onde no domingo tem um encontro no Estádio Oliveira Salazar. É a rivalidade do futebol em jogo. Até há pouco tempo, os portugueses eram fregueses de caderno dos brasileiros, mas, de uns tempos para cá, a coisa mudou e a vitória tem bandeado para os dois lados. Na verdade a "rivalidade" não é tanta assim e a amizade sobrepõe-se a tudo.

Os jogadores brasileiros e portugueses viajam num avião da TAP, fazendo escala em Beira. Somente à noite, está prevista a chegada dessa longa viagem de dezoito horas de avião. Saindo de Portugal (Aeroporto do Sacavém pouco depois da meia-noite, avião alcançará Beira por volta das 15 horas, atingindo Lourenço Marques às 18 horas).

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