segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Gama exige cabeça de Hermano Alves

27 de outubro de 1968


Acionando, mais uma vez, o cutelo cassatório, o ministro Gama e Silva revelou, ontem, à imrpensa, que já se encontra em poder da Procuradoria Geral da Justiça Militar o processo em que é solicitado o enquadramento do deputado-jornalista Hermano Alves (MDB-GB) na Lei de Segurança Nacional. Disse o titular da Pasta da Justiça que, depois de examinar "detidamente os documentos enviados pela secretaria geral do CSN", chegou à conclusão de que aquele parlamentar havia cometido crimes contra a segurança nacional e a ordem política e social. Cabe agora ao procurador-geral pedir licença à Câmara para prosseguir no processo.

Dom Vicente contesta Clóvis Stenzel

Dom Vicente Scherer respondeu ontem as declarações do deputado arenista Clóvis Stenzel, que acusou "certos setores da Igreja de desagregar a família brasileira e ser responsáveis pela situação política atual", afirmando que o parlamentar sulino é um "inconseqüente". O arcebispo de Porto Alegre, que recebeu a reportagem da Tribuna na sede da Conferência dos Bispos do Brasil, disse ainda que o deputado da situação "devo falar claramente", apontar "quais os certos setores da igreja que vêm prejudicando a família e a política no Brasil, e trazer as provas concretas de tão graves afirmações", pois no Sul - lembrou - "diz-se que se deve dar nomes aos bois", isto é, apresentar provas.

Médicos repudiam polícia de Negrão

A nova diretoria do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, eleita sexta-feira passada, distribuiu ontem nota oficial condenando a invasão da Polícia do sr. Negrão de Lima ao Hospital de Clínicas Médicas, matando e ferindo acadêmicos de medicina. Adianta a nota que, a Polícia invadindo o estabelecimento médico, "feriu frontalmente a convenção de Genebra que assegura o livre exercício da medicina, mesmo em situação de "guerra", exigindo, por isso, das autoridades, a apuração de responsabilidade e punição dos culpados.

Negrão afirma que é contra violência

A propósito de memorial divulgado na Guanabara, sobre as violências policiais, o governador Negrão de Lima distribuiu declaração, onde diz que é "contra a violência, e a minha vida pública constitui a melhor demonstração do que afirmo". Repudiou a acusação de conivência ou de cumplicidade em atos que determinaram a morte de cidadãos cariocas. Nunca ordenei nem autorizei matar, nem mesmo nas últimas instâncias do meu encargo constitucional de preservação da ordem pública".

Diz a nota do governador que "é verdade que a violência gera violência. No caso, a violência foi iniciada por aqueles que tentam desorganizar a vida da cidade em manifestações ilegais, tumultuando a trânsito, ameaçando motoristas e transeuntes, depredando o patrimônio público e particular, provocando conflitos que põem em risco indiscriminado a segurança dos cidadãos. Não se defende a liberdade apelando para a violência".

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