quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Trabalhador contra plano de socialização

Manchete da TRIBUNA DA IMPRENSA de 13 de dezembro de 1967


O sr. Basto de Miranda, presidente da Associação Médica da Providência da Guanabara, disse à Tribuna que 14 milhões de trabalhadores contribuintes da Previdência Social já se manifestaram, através de seus órgãos de classe, contra o plano de socialização da medicina proposto pelo ministro da Saúde, afirmando que esses mesmos trabalhadores estão de pleno acordo com o planejamento global para a medicina brasileira estatal, elaborado pela AMPS e submetido à análise das Confederações Nacionais dos Trabalhadores na Indústria e no Comércio.

Revelou, ainda, o médico Basto de Miranda, que hoje à noite será realizada uma reunião conjunta das Associação Médica da Guanabara, da Previdência Social da Guanabara e da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, para uma tomada de posição e mobilização das demais classes médicas do País, contra o plano ministerial que é lesivo não só à classe médica como para os trabalhadores brasileiros.

Costa reafirma seu apoio à doutrina social da Igreja

O presidente Costa e Silva, ao discursar na manhã de ontem na solenidade de formatura da turma "Presidente Castelo Branco, da Escola Superior de Guerra, reafirmou seu apoio à doutrina social da Igreja, ao relembrar trechos do seu pronunciamento anterior, quando - baseando-se na Encíclica Populorum Progressio - disse estar convencido de que a solução dos problemas do desenvolvimento condiciona, em última análise, a segurança interna e a própria paz internacional.

"A História nos ensina que um povo não poderá viver em clima de segurança enquanto sufocado pelo subdesenvolvimento e inquieto pelo seu futuro". Com relação à Amazônia, disse o presidente Costa e Silva que "constitui uma preocupação constante para todos nós" salientando que, em tema de tamanha transcendência para o interesse e segurança nacionais, será indormida e inflexível a vigilância do governo.

Lucena: MDB apóia governo contra ameaça às instituições

O deputado Humberto Lucena, do MDB, afirmou ontem, na Guanabara, que a oposição já decidiu dar apoio setorial ao governo, fixando seu apoiamento a pontos específicos, consubstanciados na política atômica, de fretes, na petroquímica, no café solúvel e, principalmente, "na defesa das instituições contra o Golpe".

O parlamentar oposicionista considera que as instituições estão ameaçadas, em razão das reações manifestadas pelos "remanescentes do castelismo ligados a grupos americanos que se sentem feridos em seus interesses". Entende o parlamentar que o presidente Costa e Silva, embora adotando posições tímidas, fere interesses estrangeiros, notadamente de grupos norte-americanos ligados a brasileiros, remanescentes do esquema implantado no País pelo ex-ministro Roberto Campos, durante o governo Castelo Branco.

Fonte: Tribuna da Imprensa Online

http://www.tribuna.inf.br/40anos.asp

Nenhum comentário: