quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Polícia segue o ex-governado Carlos Lacerda (Tribuna da Imprensa, de 27 de dezembro de 1967): Seria irônico, se não fosse absurdo

Manchete da TRIBUNA DA IMPRENSA de 27 de dezembro de 1967:

Polícia segue Lacerda

Agentes da DOPS e do SNI seguiram Carlos Lacerda até sua residência, após o discurso que pronunciou ontem à noite no Municipal, como paraninfo dos novos economistas formados pela Faculdade de Economia e Ciência Jurídicas. O ex-governador, homenageado pelos formandos como "o grande administrador da Guanabara", teve o seu discurso gravado pelos serviços não muito secretos dos governos federal e do estado - que nem precisavam disso, porque toda a imprensa tinha cópias do discurso.

Entre outras coisas, ouviram que "o Brasil vive num processo digno de lonesco: o processo da estagnação inflacionária". Quatro anos depois da Revolução, "o povo continua mais pobre e o governo mais risonho". Sem eleições diretas, o País não tem um presidente, mas "um marechal-de-dia".

A redemocratização deve começar pela anistia, "como sinal de união, a união como instrumento de paz, a paz como condição de esforço nacional para o desenvolvimento". E conclui: "Lutemos juntos para que sejam restituídos a este País seu entusiasmo, sua esperança e seu brio".

Garrisson diz que Johnson protege assassinos de Kennedy

O povo dos Estados Unidos reelegerá um assassino presidente da República? É a pergunta que ficou, depois que o promotor Jim Garrisson, de Nova Orleans, acusou ontem o presidente Lyndon Johnson de proteger "ativamente" os assassinos de John Fitzgerald Kennedy, morto em Dallas em 1963. A pergunta foi feita ao povo norte-americano pelo próprio promotor Garrisson, ao reaparecer espetacularmente diante dos jornalistas.

Vasco vai para frente em 68

SÃO PAULO - Celeiro bom, terra de jogadores sabidos na arte de drible e do gol é um ponto de partida razoável para o novo Vasco. Depois é que são elas. Os emissários vão descer em Belo Horizonte, também uma terra boa, que descobriu o futebol bem cedo e que antes de São Paulo resolveu seus problemas, construindo o "Mineirão", um estádio grande, que produz rendas, fortalecendo os clubes, que hoje em dia recebem propostas vestidos de "smoking", esnobando aquele não.

Pois, nessa Belo Horizonte diferente em termos de futebol profissional, é que Mozart Di Giorgio e Agathyrno irão tentar jogadores, o primeiro deles - Zé Carlos. O mesmo Zé Carlos que "gasta" a bola, armando pelo Cruzeiro, substituto de Piazza, fazendo como o triangular com Tostão e Dirceu Lopes. Dependendo de um contato telefônico a ser feito antes que o ano se acabe - talvez na sexta-feira - o vice de futebol do Vasco irá até BH para resolver o assunto.

Chapadão virou cidade que mais cresce no Brasil

Quando Brasília foi inaugurada, o poeta Menotti del Picchia, naquela época deputado por São Paulo, teve uma definição genial sobre a gigantesca obra, que suscitou algumas reações contraditórias nos diversos setores da opinião pública: - É um poema escrito em concreto. Menotti deixava escapar a sua sentença, contemplando as duas conchas do Palácio do Congresso e a imensa praça, onde se abrigam os Ministérios, o Supremo Tribunal Federal, a Câmara, o Senado e um tapete verde, o maior do Brasil, tecido de relva, como se fosse uma contribuição espontânea da Natureza.

Fonte:

http://www.tribunadaimprensa.com.br/anteriores/2007/dezembro/27/40anos.asp

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