sábado, 9 de fevereiro de 2008

Jânio retoma ação contra Costa e Silva

(Manchete da TRIBUNA DA IMPRENSA de 9 de fevereiro de 1968)

SÃO PAULO (Sucursal) - O ex-presidente Jânio Quadros, diante das anunciadas medidas governamentais de endurecimento volta, agora, a reexaminar a sua posição em relação à Frente Ampla. Inclusive, visando a evitar distorções do seu pensamento desautorizou qualquer político de sua área a interpretar as suas idéias. O ex-presidente ficou bastante irritado com alguns parlamentares que se arvoraram em seus porta-vozes, naturalmente, segundo ele tentando "virar notícia" e ter conseqüentemente, os seus nomes publicados nos jornais.

Hoje, diante dos rumos que estão novamente norteando o governo, no sentido de uma "castelização" (a queda do sr. Rui Leme do Banco Central é um indício seguro, ao cel. Meira Matos para interferir nos assuntos educacionais), o sr. Jânio Quadros foi obrigado a passar em revista o panorama político nacional.

Café solúvel pode ter solução

A reunião de ontem - segundo palavras do embaixador George Maciel, secretário-geral-adjunto para Assuntos Econômicos, do Itamaraty - foi "meramente exploratória". Entretanto, segundo ainda o embaixador, não há dúvida de que a missão conseguiu algum progresso e, muito embora não se tenha ainda estabelecido qualquer texto, há um grande otimismo, por parte de todos, quanto a ser encontrada a "fórmula final", que será levada pela Comissão ao Conselho da OIC, a Londres, no início da próxima semana.

Hoje, deverão realizar-se mais duas reuniões, provavelmente ainda no Itamaraty e sendo também mantido o caráter de "secreto". A primeira dar-se-á às 10 horas e nesta não deverá estar presente o ministro da Indústria e Comércio, sr. Macedo Soares, que, juntamente com o embaixador Sérgio Corrêa e o sr. Caio de Alcântara Machado, seguirá para Petrópolis, a fim de transmitir ao presidente Costa e Silva o que se passou nos contatos de ontem.

Kennedy critica Johnson e cifras do Pentágono

O senador Robert Kennedy rechaçou ontem a opinião do presidente Lyndon Johnson de que a ofensiva vietcong no Vietnã do Sul terminou por um fracasso. Falando perante uma sociedade de escritores de Chicago, afirmou que a política vietnamita do presidente era baseada em ilusões e que "já é tempo de ver as coisas como são".

O senador democrata acrescentou que era uma ironia considerar como uma vitória o fato de que o povo sul-vietnamita não tenha respondido meciçamente ao apelo à insurreição lançado pelo Vietcong.

Em sua opinião o que é realmentemente "penoso e entristecedor" é que o povo não se tenha erguido para repelir o Vietcong e a colaborar assim com os Estados Unidos que já deu 16 mil vidas e gastou bilhões de dólares", no refereido país. Finalmente Kennedy decalarou que as perdas inimigas não são tão elevadas como o Pentágono aponta em seus informes.


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