Um verdadeiro cinturão humano defendia, nas últimas horas da madrugada de ontem, a capital Sul-Vietnamita de Saigon, depois de serem localizados diversos batalhões de guerrilheiros da Frente Nacional de Libertação em suas proximidades, na segunda fase da ofensiva comunista, classificada pelo presidente norte-americano Lyndon Johnson como a "hora decisiva das democráticas que lutam pela liberdade no sudeste asiático".
Por outro lado, informa-se que os guerrilheiros atacaram ontem cerca de 47 cidades e instalações militares norte-americanas e sul-vietnamitas, na fase mais aguda desta ofensiva, que, segundo alguns observadores militares, poderá ser prenúncio de uma nova Dien Bien Phu no Vietnã. Enquanto isso, as conversações de paz voltaram à estaca zero, com as infrutíferas negociações entre o secretário-geral das Nações Unidas, U Thant, e os co-presidentes da Conferência de Genebra, Grã-Bretanha, União Soviética e Índia.
Censura ataca outra vez e teatro vai voltar a greve
O pessoal do teatro abriu nova ofensiva geral contra a censura em todo o País desiludido de que o ministro Gama e Silva falhou em sua promessa de libertar os espetáculos dos censores oficiais. Os artistas de teatro, que agora têm o apoio dos seus colegas do cinema, decidiram reiniciar o movimento de protesto, com a proibição do filme "Deus e o Diabo na Terra do Sol", em São Luís do Maranhão, e a multa imposta à peça "Roda Viva", de Chico Buarque de Holanda, que vem sendo levada há vários dias no Rio.
Resolveram também reprimir, por todos os meios, a interferência de elementos estranhos ao meio artístico, quando da realização de quaisquer exibições. Glauber Rocha afirmou que "o meio artístico já começa a descrer nas promessas do ministro da Justiça", defendendo a opinião de que só ao público cabe censurar a obra de arte, que lhe é oferecida nos palcos e nas telas. Nova greve está prevista para logo depois do Carnaval.
Brasil dispara no sul-americano de natação
No geral, o Brasil está vencendo disparado o campeonato sul-americano de natação, que se realiza no Rio. Só tem uma peruana atrapalhando no setor feminino. É a moça da foto, Consuelo Changanachi, que superou, ontem, pela primeira vez o recorde continental dos 400 metros, com 4 minutos, 48 segundos e 6 décimos. Hoje é a vez de José Silvio Fiolo tentar derrubar o recorde mundial dos 100 metros nado de peito, que ainda pertence ao russo Kussinski. A quarta tentativa do nadador brasileiro está programada para a piscina do Guanabara, às 10 horas. Na última quinta-feira, Fiolo ficou a um décimo de segundo da marca.
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