quarta-feira, 19 de março de 2008

Kennedy lança ultimato a Johnson para acabar guerra

(Manchete da TRIBUNA DA IMPRENSA de 19 de março de 1968)

O senador Robert Kennedy lançou um ultimato ao presidente Lindon Jonhson, no sentido de que demitisse o secretário de Estado Dean Rusk e nomeasse uma comissão para estudar a modificação urgente da política norte-americana no Vietnã. A informação, que foi dada pelo secretário de Imprensa do senador, irmão do presidente John F. Kennedy, acrescenta que Kennedy só aceitou ser candidato às eleições presidenciais porque Lindon Johnson recusou tais proposições por achar "uma chantagem política".

Em Hanói, a decisão de Kennedy foi aceita com certo otimismo. O órgão do partido norte-vietnamita "Nhan Dan", lembrou que "Kennedy se opôs a certo número de atos de intensificação da guerra de Johnson e preconizou negociações para resolver o problema vietnamita".

Por outro lado, o semanário "Correio do Vietnã" lembrou que, "inclusive nos meios políticos norte-americanos, personalidades tão relevantes como os senadores Mike Mansfield, John Sherman Cooper, Eugene McCarthy e Robert Kennedy encontraram o caminho a seguir e exigiram que a amdinistração Johnson cesse os bombadeios contra o Vietnã do Norte para que possam empreender negociações".

Governo pode reprimir atuação da Frente Ampla

Parlamentares da Arena destacaram que o último pronunciamento do marechal Costa e Silva, que se referiu, indiretamente, à atuação do sr. Carlos Lacerda, abriu e elevou o debate com a Frente-Ampla ao nível presidencial, indicando que o governo poderá se inclinar, em breve, em favor da tese de repressão ao movimento.

Acentuaram os observadores arenistas que o sr. Carlos Lacerda não poderá recuar, partindo para a luta em campo aberto, contra o presidente, no instante em que o movimento oposicionista está pronto a cumprir um vasto programa de manifestações públicas, em todo o País, aumentando os ponto de atrito, em relação ao Executivo.

Artistas de teatro em vigília de protesto no Municipal

Os artistas de teatro da Guanabara voltaram a se concentrar ontem nas escadarias do Teatro Municipal, para protestar contra as novas investidas feitas pela Censura Federal, ao proibir as peças "Barrela", de Plínio Marques, e "Todo começo é difícil, Cordélia Brasil", de Antonio Bivar. Domingos Ferreira disse que a atitude dos artistas pode se prolongar por tempo indeterminado, para que a Centura compreenda que o teatro é meio de cultura, e "não deve ser solapado da forma sórdida e covarde como vêm sendo".

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