sábado, 3 de janeiro de 2009

Rau promete reação

30 de dezembro de 1968


A emissora oficial do Cairo reagiu ontem, violentamente, depois do bombardeio israelense ao Aeroporto Internacional de Beirute, afirmando que "de agora em diante não existe mais acordo de cessação de fogo e ninguém poderá censurar os países árabes se estes recorrerem a uma operação de represália e responderem à violência com a violência".

O Aeroporto Internacional de Beirute, o de maior movimento do Oriente Médio, foi submetido, inesperadamente, a um intenso bombardeio da aviação israelense, que destruiu inteiramente 13 aparelhos comerciais, dos quais 9 a jato. Após a "operação de guerra, os aviões israelenses afundaram também um navio libanês.

Conselho da ONU recebe denúncia

Os representantes permanentes do Líbano e Israel nas Nações Unidas, Edouard Ghorra e Shabtai Rosanne, respectivamente, solicitaram em duas cartas lacônicas uma reunião urgente do conselho de Segurança. A carta de Edouard Ghorra relata, em nove linhas, o "flagrante ato de agressão" cometido por israelenses com "premeditação e brutalidade" contra o aeroporto Internacional "civil" de Beirute e assinala a grave situação criada "que põe em perigo a paz e a segurança do Líbano.

A carta de Shabtal Rosanne, de 11 linhas, refere-se à violação da Carta das Nações Unidas pelo Líbano ao proporcionar ajuda e assistência a atos de beligerância, de violência e de terror cometidos por forças e organizações irregulares que o Líbano oculta. Diz, ademais a carta, que estas forças operam desde o território, a população e os bens israelenses, entregando-se particularmente a ataques contra a aviação civil israelense.

40 mortos na favela

Pelo menos 40 pessoas morreram, ontem, quando seus barracos, no Morro da Favela, o mais antigo da Cidade, foram sacudidos por uma explosão que lançou 80 toneladas de pedras morro abaixo. Até as últimas horas de ontem, os bombeiros só haviam retirado sete corpos dos escombros, de onde saiu também, sã e salvo, o menor Gilson, de pouco mais de um ano. As vítimas, segundo as pessoas que "viram o chão se abrir" são, em sua maioria, crianças.

Futebol sai na raça

A Polícia Militar do Estado do Rio cercou ontem o estádio Caio Martins, em Niterói, impedindo a realização de um amistoso entre as seleções do Rio e de Niterói, atendendo a ordem do Conselho Nacional de Desportos, que proíbe futebol durante as férias.

Os jogadores, porém, liderados pelo goleiro Marco Aurélio - que queria impetrar mandado de segurança mas não encontrou um juiz de Direito no Fórum de Niterói - decidiram realizar a partida de qualquer maneira, no peito e na raça, como afirmou Marco Aurélio. E foram para o campo do Fluminense, nas proximidades, abrindo os portões a um público de quase 8 mil pessoas. Garrincha deu seu show e a Guanabara venceu por 1x0.

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